quinta-feira, 25 de outubro de 2012

A Ponte de Mica

A Ponte de Mica
Ceci Medeiros
2011

Tecelã

E vamos seguindo!!! Cortando cordões e tecendo outros...
Ah... mas devo confessar... como eu gosto dos meus barbantes mal aparados...
Adoro me enroscar feito felino em novelos sem fim de paixões mal resolvidas, de amores bem vividos e que podem ser revividos... nem que por uma horinha no banco de trás do carro no estacionamento, ou num furtivo movimento dentro da sala acústica da escola de música ou na cadeira fria do consultório, que repentinamente enche-se de cores quentes...
Ah meus novelos... amo brincar com eles, passar-lhes as unhas, até desfiá-los por
completo, até sobrarem apenas nuvens, tão leves que possam ser sopradas para longe, assim
como as frágeis pétalas da flor dente de leão, que passeiam sendo confortadas pelo vento até
se deitarem em solo novo e renascerem para tecer novas histórias, tecer novos cordões.

Ceci Medeiros

2 comentários:

  1. Novelos feitos de fios
    Da finíssima paina que o vento leva
    Que se vão desenrolando
    E um tapete vão compondo
    Claro feixe de luz que afaga a treva
    Agassiz

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    1. Qual belo Agassiz! Nada melhor que saber escolher os melhores novelos que a vida oferece para tecer a sua história com os mais diversos fios, criando malhas cheias de cores, dores, amores, abraços, sorrisos, cafés quentinhos, cervejas geladas, risadas largas, tortas de chocolate, colo de pai, histórias de avó, mão de mãe nos cabelos, lágrimas de fim de namoro e encanto do começo de outro... Poesia, melodia, harmonia! (sem esquecer de um gostoso vinho tinto e queijo do bom!)

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